Gestão Doria fecha hotel de programa de combate ao crack de Haddad


A gestão João Doria, lançando pelo ex-prefeito Fernando Haddad (PT) para o atendimento de dependentes químicos.

O hotel Santa Maria, na alameda Barão de Limeira, no centro de São Paulo, foi fechado porque, de acordo com a prefeitura, não apresentava condições mínimas de habitação para moradores.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, dos 28 moradores do hotel, 14 foram encaminhados para Centros Temporários de Acolhida (CTAs) e repúblicas; duas se mudaram por conta própria para outro hotel que faz parte do programa; uma pessoa foi enviada para um centro de idosos; uma se internou voluntariamente em um pronto socorro da Barra Funda; uma outra decidiu voltar a morar com familiares; três recusaram atendimento; e outras seis não foram localizadas pela prefeitura e estão sendo aguardadas no local.

"[Essas 28 pessoas] foram encaminhadas para CTAs e para repúblicas. Foram disponibilizadas, congeladas, vagas fixas. Não são vagas 16h, são vagas 24h, onde eles podem morar nos equipamentos", disse o chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, José Castro.O local foi fechado pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa). "Foi constatado que o atendimento nos hotéis, primeiro pela condição do próprio imóvel em que eles estavam inseridos, muito fragilizados, quase não tinha atendimento de saúde nesses hotéis, e isso queremos garantir que não vai continuar acontecendo nos CTAs e nas repúblicas", disse Castro.

Ao todo, cerca de 240 pessoas ainda moram em cinco hotéis no centro de São Paulo. Ao todo, somando dois hotéis em Heliópolis e Brasilândia, são cerca de 320 contemplados.

De acordo com Castro, não há um cronograma de fechamento dos demais hotéis que fazem parte do programa, ainda que não descarte essa possibilidade.

"O planejamento depende muito da construção feita em consenso com eles. Não é prudente, por parte da prefeitura, assumir um cronograma nesse momento, já que o que é levado em conta é o consenso para o encaminhamento dos moradores desses hotéis."

CRÍTICAS

A medida, no entanto, gerou críticas por parte de movimentos sociais.

"O programa Braços Abertos trabalhava com cuidado à liberdade e uma política de redução de danos. Esse hotel, como os outros, era como se fosse a residência das pessoas, com as portas abertas. As pessoas podiam entrar e sair quando quisessem, tinham chave do quarto e atenção de técnicos. Comiam todo dia no Bom Prato e tinham um trabalho, fora assistência de saúde. Esse desmonte para os CTAs nada mais é que uma política rasteira, desorganizadora", diz Marcos Vinicius Maia, membro do movimento social A Craco Resiste.

"Agora as pessoas vão para um lugar com horário para entrar e sair, dividindo espaço com 80 pessoas, beliches. Alguns já voltaram para a cracolândia. O Doria disse que estava acabando com a cracolândia, mas está aumentando-a", conclui Maia.

Procurada, a Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde), que administra o hotel Santa Maria, não respondeu à reportagem até a publicação deste texto.

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